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das utopias com Arte.

sábado, julho 08, 2006

espírito da nação


" [...] Se Afonso Henriques fundou o reino, D. Sebastião criou a alma nacional ou, pelo menos, durante cinco séculos e milhões de páginas nos garantiram que sim. Ainda hoje o dr. Cavaco é D. Sebastião. E de repente uma senhora a soldo da ciência ameaça demonstrar que o Desejado passou directamente da posse de um emir imundo para um buraco nos Jerónimos, como garantia Felipe II, o intruso de Espanha. A humilhação não se descreve. O sebastianismo, essência do nosso próprio ser, esburacado por uma análise de ADN, mata Portugal. A sra. ministra faz bem em não permitir esse desastre. Sem a espada do Conquistador e a esperança de salvação numa manhã de nevoeiro, sobra o quê?".

Vasco Pulido Valente, in Público 08-07-2006

excelentes quotas

" [...] Ter de aturar este calvário no ano da graça de 2006 é algo de profundamente enervante. As mulheres não vivem nem num enredo de Alves Redol nem num daqueles posters do "Amor é..." As mulheres são sujeitos de vontade, estudam, trabalham, pagam impostos e já lhes basta, em Portugal, terem visto a matéria de interrupção voluntária da gravidez ser sujeita a referendo graças a Marcelo e Guterres.
Para estes ex-líderes e outros infelizmente não ex como Alberto Martins, as mulheres não são mulheres mas sim Excelentes Senhoras cujos assuntos eles mantêm em terçarias. O que são terçarias? Ah, isso o Pierrot não sabia, mas foi nessa condição que D. Joana e vários infantes portugueses e castelhanos viveram parte da sua vida: aristocráticos reféns, de destino tão incerto quão excepcional era o tratamento que lhes era reservado".

Helena Matos in Público, 08-07-2006