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das utopias com Arte.

quarta-feira, outubro 12, 2005

na primeira pessoa

"3. Mas se há quem tenha ganho e quem tenha perdido, para mim ninguém perdeu nesta campanha como as sondagens, ou melhor, o uso que se fez delas. Já ninguém pode negar que elas foram utilizadas para todo o tipo de manipulações. E já não se trata apenas de encorajar ou desencorajar certas votações, agora até serviram para concentrar audiências televisivas em pseudocombates artificialmente encenados.
Sem nenhum respeito pela verdade, pelos candidatos e, sobretudo, pelos eleitores e a sua liberdade de escolha.Tudo é feito de forma legal, porque a lei prevê que sob a forma de projecções de indecisos todos os tipos de cenários possam ser avançados. À medida do freguês. E não há portanto fiscalização nenhuma que possa impedir a repetição da manipulação livre e descarada.
Está sempre tudo de acordo com o inquérito, com os cenários fornecidos pela empresa de sondagens, e o cliente (jornal, televisão, partido) quer justamente escolher segundo os seus critérios.Quer isto dizer que não há solução? Depende da sinceridade com que se discute o assunto, ou da falta dela. Se o objectivo for mesmo o de proteger a democracia na sua autenticidade, então teremos de regressar à proibição da publicação das sondagens no período da campanha eleitoral. Quem quiser mesmo informação que encomende sondagens e as pague, mas não para divulgar o que quer que seja. Mas se a intenção for a de não afrontar o poder das televisões, então faça-se mais uma revisão cosmética da lei, apele-se para uma fiscalização de uma qualquer entidade, ou seja, deixe-se ficar tudo na mesma.
Engenheiro civil".
Manuel Queiró in Público, 12 de outubro 2005.

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